Sempre ouvimos que aprendemos com nossos erros. E isso é verdade. Tanto com os nossos, como com os erros de outras pessoas.

Onde existe o maior potencial de aprendizado? Do erro e da falha ou da vitória e dos acertos.

Em dois artigos do site Character Lab, que é um site de educação amplo, voltado para pais e professores, essa discussão me chamou a atenção.

A valorização do erro é tão difundida que, em um discurso numa cerimônia de formatura, o juiz John Roberts da Suprema Corte Americana desejou que os graduandos tivessem “Má Sorte”, para que pudessem ter de onde aprender mais.

Lauren Eskreis-Winkler conduziu um experimento com 300 atendentes de telemarketing onde a proposta era que respondessem a um teste com 10 perguntas, múltipla escolha, onde apenas havia duas opções. Para cada resposta correta, recebiam um feedback positivo (Você está certo) quando acertavam, e um negativo (Você está errado) quando erravam. Como só havia duas opções de resposta para cada pergunta, seria possível saber qual era a resposta certa, tanto quando acertavam, quanto quando erravam. Meio óbvio né? Duas alternativas. Se marquei A e acertei, essa é a resposta certa. Se marquei B e errei, então A é a resposta certa.

Só que não. Os atendentes de telemarketing conseguiram aprender quando estavam certos, mas isso não aconteceu quando estavam errados. E essa dificuldade não é específica desse grupo e nem dessa situação. Ela é algo universal. 

E por que isso acontece?

Acontece porque quando erramos, de alguma forma, desligamos, para conseguir lidar com a frustração do erro, e não pensar mais nisso. E como paramos de prestar atenção e tentamos nos esquecer da experiência, não há como aprender com ela.

Mas, e quando o erro não é nosso. Aí a situação é menos pessoal. E o estudo mostrou que as mesmas pessoas que não conseguiam aprender com os seus próprios erros, aprendiam com os erros dos outros. Esses eram momentos de aprendizagem. Como se observássemos um estudo de caso. Estamos fora da situação, então ficamos menos fechados, menos ameaçados.

E levando para o ambiente organizacional. Imagine quando a receptividade ao erro é baixa? Quando existe o medo de uma punição ou retaliação? Aí é que a aprendizagem não ocorre mesmo. E esse comportamento leva à paralisia, à inércia ou à fuga.

Vamos agora olhar para o sucesso, para a vitória.

As pesquisas mais atuais sugerem que é a partir de histórias de sucesso que conseguimos realizar mais coisas e aumentar nosso conhecimento e bons resultados.

Em um outro estudo, pediram a dois grupos de estudantes que relatassem experiências. Um grupo tinha que escrever sobre erros e sobre o que aprenderam com eles. O outro grupo, fariam a tarefa de contar casos de sucesso e de como fizeram acontecer. Ao final de um período, o grupo focado em relatar os sucessos apresentaram melhor resultado acadêmico.

Um fato interessante é que nos dois grupos foram relatadas as dificuldades. Mas do lado do grupo da falha, eles paravam nos obstáculos e em tudo os que impedia de alcançar o resultado. No caso do sucesso, eles usaram as dificuldades para relatar a superação e como se mantiveram resilientes até alcançar a vitória.

Ao escrever sobre o que deu certo, eles não só se lembraram de sua competência, do que funcionou, mas ainda lembraram de que eram capazes de superar as crises e os problemas, lembrando da criatividade e da solução de problemas que os levaram ao sucesso.

No fundo, acho que existe sim oportunidade de aprender com tudo na vida. Com o sucesso e com a falha. Mas tudo depende da  forma como você lida com isso. Quando olhamos para o erro com a curiosidade da melhoria, com o distanciamento do solucionador de problemas e preservamos nossa essência e nossos talentos conseguimos reunir nossas melhores capacidades para escrever uma nova história.

Meu convite para quem está lendo esse artigo é simples.

Pense em uma história de sucesso. O que você alcançou? Como chegou lá? O que superou? Que pontos fortes você tem? Se alimente e renove suas energias, acreditando que você realmente pode e é capaz.

Se quiser trocar uma ideia, estamos no site, no canal, nas redes sociais, ou por e-mail.
social@agregat.com.br. Para encerrar meu “discurso”, minha mensagem é inspirada na queridíssima Carol Dweck.

“Ao olhar para um erro, pense que AINDA você não acertou. Mas é uma questão de tempo e de tentativa.”

Diferente do juiz… desejo BOA SORTE e MUITO SUCESSO.
Mas lembre-se de parar um minuto pelo menos,  para refletir e aprender com ele.

Ana Paula Alfredo,  Mestre em administração de empresas e trabalha com Desenvolvimento Humano e Organizacional na Agrégat Consultoria.