Falamos recentemente sobre o equilíbrio vida e trabalho e que, apesar de tanta pesquisa sobre os malefícios que jornadas continuamente longas podem trazer tanto para funcionários como empregadores.

Ainda há pessoas e empresas que não mudam esses padrões, seja porque acham que é a melhor forma, seja porque não conseguem, já que estão presos a uma rotina que aprisiona.

Duas pesquisadoras da área de excesso de trabalho, Ioana Lup e Mayra Ruiz Castro, fizeram um estudo com 200 entrevistas em profundidade com 78 funcionários de um escritório de uma empresa de advocacia em Londres, com idade entre 30 e 50 anos, com pelo menos 1 dependente, e em funções gerenciais plenas ou seniores.

A grande maioria descreveu seus trabalhos como exaustivos, caóticas, com múltiplas demandas e acreditavam que esse era o preço para ter o sucesso profissional. Mas 30% dos homens e 50% das mulheres resistiam a esse padrão de forma consciente e descreviam várias estratégias que usavam para poder manter um melhor equilíbrio vida e trabalho.

O estudo concluiu que atingir um melhor equilíbrio entre vida e trabalho é resultado da combinação de dois fatores. De um lado a reflexão ou questionar os seus pressupostos para aumentar o autoconhecimento e de outro uma redefinição intencional dos seus papeis. E que isso não é algo que se muda uma vez e pronto. Mas é um ciclo e que precisa ser reajustado conforme a vida acontece e as prioridades mudam.

O ciclo tem 5 etapas.

  1. Pausa e “desnormalização”.

Parar e pensar o que está causando o seu estresse. Sem a pausa, não conseguimos quebrar a rotina. Algumas perguntas para apoiar esse momento. Para onde o seu tempo está indo? Quais impactos o seu trabalho está gerando na sua vida pessoa? O que eu estou priorizando? O que é importante?

  1. Atenção às suas emoções

Depois de entender melhor a sua situação atual, é hora de entender como você se sente? O que lhe dá energia? Como você chega ao final do dia? As emoções são positivas ou negativas?

  1. Repriorize

Perceba as escolhas que você está fazendo. Será que isso é necessário ou estou fazendo isso por hábito? Tenho que fazer eu mesma ou posso delegar? O que estou sacrificando para fazer isso? Quanto tempo preciso para fazer o que é importante para mim?

  1. Considere suas alternativas

Antes de começar a executar, pense em suas alternativas e se o que você vai fazer está ou não de acordo com suas prioridades e com o tempo que você precisa para o que é importante para sua vida. Com o tempo, o raciocínio fica mais fácil, mas no início você tem que se lembrar o tempo todo. E isso leva tempo, e tentativas e erros.

  1. Faça as mudanças

Coloque em prática. Comece da forma que achar melhor, com os passos do tamanho que você conseguir. Tem gente que precisa falar sobre a mudança, tem outros que preferem fazer isso de forma imperceptível. As duas são boas. Depende de quem você é e de sua personalidade. Você pode ter uma rede de apoio para lembrar você do que se comprometeu, um colega, alguém da família. Sem cobrança. Apenas uma pergunta.

É muito difícil fazer esse processo. Leva tempo. E tem que realmente
ser algo que você quer fazer. E é algo que apenas você pode fazer. Comprometa-se com você, com o que importa e tente encontrar o que é o melhor equilíbrio.

Fonte: Ana Paula Alfredo